SUMÁRIO
O acentuar das dificuldades económicas de Portugal, sobretudo a partir de 2008, tem marcado o debate político e a arena social no país. Muitas têm sido as reflexões sobre as suas consequências no bem-estar da população e nas perspectivas de desenvolvimento a médio e longo prazo. Do ponto de vista das migrações, a crise económica e financeira tem revelado um impulso de saída de portugueses mas, também, de estrangeiros e confirmado um decréscimo na entrada de novos imigrantes. Não obstante a importância da imigração para o país, quer do ponto de vista da demografia, do factor produtivo e disponibilidade de mão-de-obra, da contribuição para as contas do Estado, entre outros aspectos amplamente estudados em Portugal nos últimos anos, pouca atenção tem sido concedida à análise dos efeitos da crise sobre a imigração (em contraste com o avolumar de pesquisas e retóricas sobre a emigração). Torna-se, por isso, imperativo reflectir sobre o diagnóstico e as implicações deste eventos para a economia, para a sociedade, para a política pública e para os próprios indivíduos e famílias imigrantes. OBJECTIVOS GERAIS Este projecto procura contribuir para aumentar o conhecimento sobre as tendências recentes da imigração e relações com o mercado de trabalho em Portugal. Muito particularmente, o estudo proposto pretende compreender os efeitos da crise económica na imigração, quer sobre a entrada e permanência de estrangeiros em território nacional, como sobre as suas consequências ao nível da inserção laboral e condições de vida dos imigrantes oriundos de países terceiros em Portugal e explorar os ajustamentos e as respostas empreendidas pelos imigrantes para ultrapassar o impacto negativo. Com a significativa informação gerada através do estudo, a equipa de investigação aspira fornecer aos decisores políticos e demais actores institucionais relevantes uma base de reflexão, de fundamentação e de recomendação para implementação futura de medidas adequadas à realidade nas políticas de integração para as comunidades imigrantes, mormente na componente laboral, que respondam às suas vicissitudes e anseios e contribuam para a atenuação dos efeitos da crise sobre os imigrantes. |
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